quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O causo do Pufão

O causo do Pufão


Fazia tempo que Elisana queria um pufão para a sua sala. O espaço não era dos mais amplos... e não cabia um sofá em L como ela queria, então o pufão poderia adicionar assentos sem tomar muito espaço.


Mas Elisana não queria comprar um pufão, porque além de outros comprometimentos financeiros que tinha, ainda havia a possibilidade de ela acabar não gostando do pufão (essa Elisana! Um tanto quanto ágil em sua habilidade de mudar de opinião...) então o que fazer?

Pensou em fazer um pufão. O marido faria a armação e ela cobriria de tecido. Já tinha até visto um feito de engradado de refrigerante. Hum.... Mas isso de envolver o marido já acrescentaria outra variável: apesar de habilidoso, seu tempo estava muito restrito.

Foi em meio a esse debate consigo mesma que se deparou com uma mensagem no Freecycle: doa-se um pufão! Respondeu a mensagem. Solicitou o pufão. Ufa! Estava disponível!

Foram buscá-lo. Na casa da doadora, o pufão ficava perto da janela, e estava evidente que sofria de um caso de bronzeamento excessivo, só que ao inverso. Estava desbotado. Era revestido em jeans, e em termos de função, estava em perfeito estado, era de uma marca de excelente reputação, e era grande! Tão grande que acomodava 2 adultos sentados! E não só isso, ele ainda abria e seria possível esconder cacarecos organizar objetos dentro dele! A ex-dona estava chateada em se desfazer, mas totalmente leiga em termos de como solucionar o caso de desbotamento, ficou feliz em saber que o seu pufão estava partindo rumo à clínica de reabilitação cosmética (talvez Elisana propositadamente omitiu o "detalhe" de que nunca antes tinha reabilitado porcaria nenhuma).

Grávida (8 meses talvez),  saiu pela calçada empurrando seu pufão (tinha rodinhas!) e pensando nas possibilidades. O marido viu um pufãozão desbotado, mas ficou feliz porque Elisana estava feliz.

Ela pensou em tirar o jeans, desmontar, trocar o tecido e remontar o pufão inteiro. Mas lembra que ela estava grávida? Pois é, já não tinha muito tempo e ao analisar a montagem, decidiu que seria complicado remontar e dar um bom acabamento na peça toda, porque a parte de dentro já era montada no tecido. Então resolveu fazer uma capa, que seria igualmente funcional e com um bônus: caso ela mudasse de opinião quanto a estampa, seria mais fácil de trocar. E também poderia tirá-la prá lavar (lembra que ela estava grávida? Pois é, seus filhos nasceram com uma capacidade ímpar de desenvolver métodos de impressão em tecidos usando canetinhas, giz de cera, frutinhas silvestres e outros itens bem menos agradáveis).

Depois de muita medição e muita costura reta (ou, mais precisamente, costura QUASE reta), Elisana olhou para o fruto do seu trabalho e deu um auto-tapinha nas costas: Muito bem!, disse a si mesma.

Mas ela não poderia ficar só nisso. Não Elisana. Ela foi adiante e fez almofadas para combinar. E como ela se conhece o suficiente, fez a parte da frente e a parte de trás com tecidos diferentes, porque caso ela se cansasse de um lado, poderia usar o outro; ou uma de cada lado se estivesse indecisa.

E a sua sala ficou mais aconchegante, tinha um lugarzinho a mais para sentar, para esticar as pernas, para esconder guardar os quebra-cabeças das crianças (que antes encontravam os lugares mais inapropriados para se instalarem até que fossem dados como perdidos), e o carpete cinza já não parecia tão "escritorial" (???).

E um bônus: tudo combinava com as persianas romanas que tinha feito na gravidez anterior. Aquelas cortinas, que requiseram pesquisas em livros e na internet, e por fim cálculos meticulosos baseados puramente no achismo, já que cada fonte dava uma informação diferente. Aquelas cortinas que tinham uma estampa meio louca, meio "cheguei", bem moderna, da qual ela tinha certeza que enjoaria em menos de 1 ano, mas mesmo assim resolveu fazer porque... porque.... porque tinha que ser aquela estampa. Fizera até o bandô combinando: bonito que só ele!

Isso tudo já faz um bocadinho de anos, e ela ainda não se cansou nem das cortinas, nem do pufão, nem da capa, nem das almofadas. Isso sim mereceu um tapinha nas costas, pois foi uma realização e tanto!


Pufão antes da capa
Haja pecinha de quebra-cabeças.....


A capa



Almofadas lado 1
Almofadas lado 2

Persianas Romanas

Persianas abertas



A estampa
E todos os dias, ao passar pela sala, Elisana dá um sorrisinho, não se sabe se pelo fato de que gostou do trabalho que fez, ou pela satisfação de ter aprendido muitas coisas no processo, ou por ambos.


7 comentários:

  1. Muito bom gosto essa Elisana, hein?! Esperta e caprichosa também!!
    bjs
    Luisa

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  2. Elisana, que bom ter noticias suas, o puf , como se chama em Portugal, ficou lindo, sorte sua, terem dado,
    bom fim de semana, beijos

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  3. Quase que eu tive um infarto agora, pensando "A mulher tá grávida!!!". Mas ficou muito lindo o pufão, muito profissional o acabamento com aquele viés e as almofadas também, show. A persiana, então, nem se fala - não acho que dê prá cansar da estampa, não achei cheguei, achei muito boa mesmo. Parabéns, tem que se dar auto-tapinhas mesmo. Beijos!

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  4. Adorei a historinha do pufão. Teus acabamentos são sempre perfeitos. E a cortina romana, sem comentários. Adoraria conseguir fazer uma assim pra mim. Combinou tudo direitinho, fiou lindo.
    bjo grande

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  5. Feliz Natal!!! Muita alegria, muita paz, muita comida gostosa, muita gente feliz em volta de você e você mais feliz que todos - e 2014 cheio de projetos mirabolantes que vão dar certo, trabalhos hercúleos que você vai tirar de letra e muita saúde prá levar a cabo isso tudo. Beijão!!!

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  6. Amigaaaaa, cheguei!
    Pois olha que eu também pensei que estivesses grávida hahaha que susto!
    Tu me deixas com inveja quando vejo esse acabamento que fazes nas peças. Esse viés com torçal nas laterais! Amo isso, e juro que um dia eu vou aprender, porque acho que valoriza muito as peças.
    Menina, quando eu ficava grávida, eu tinha desejo de comer um monte de porcariasrs
    Tu não, né?!! Ô desejo de costurar e salvar coisas do descarte kkkkk era fazer cortina, repaginar pufão, e tudo fica maravilhoso. És minha 'ídala', pode apostar!
    E a historinha? Que ficou muito engraçada, a tua cara. Dei altas risadas aqui, porque imaginei a cena toda de quando forma buscar o pufão. Marido sofre rs
    Enfim, o pufão é lindo de morrer! E a cortina é chiquérrima, nossa!
    Eu queria um móvel desse, que pudesse guardar uns cacarecos dentro, também hahaha

    Amiga, tiveste teus filhos em casa? Que massa! É muito comum por essas bandas daí né?
    Aqui a mulherada, além de só pensar na dor (como se cesárea não doesse), fica projetando um monte de riscos. É duro trabalhar a cabeça delas. E não tem jeito, se a mulher não despertar, não podemos fazer nada. A porta só abre de dentro pra fora, infelizmente. Mas como disseste, precisamos informar, esclarecer, que um dia revertemos isso.
    Deverias mesmo fazer o curso, é maravilhoso!

    Amiga, se eu sumir novamente, já sabes, estou enrolada rs

    bjs


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  7. Que sala arrumadinha hermanita!!!! kkkkkkkkk.....adorei o causo!

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